"Cubra o abajur com um lenço transparente para criar uma atmosfera
sensual. Ponha um DVD erótico (que tal 9 ½ Semanas de Amor?) para
inspirar o momento. Puro blablablá. Resolvi ignorar essas e outras
dicas lugar-comum a fim de apimentar a minha vida sexual. Afinal, já
tive experiências bem mais ousadas do que aquelas na cozinha da Kim
Basinger, como transar em público ou encarar dois irmãos na mesma noite
e não se tratava de dois garotos. Mas, se essas ideias são tão bobas e
pouco convincentes como parecem, por que diabos os especialistas ainda
as recomendam? Será que truques assim, tão simples, têm o poder de levar
os casais à felicidade na cama mais facilmente do que uma roupinha de
enfermeira ou um brinquedinho erótico? Womens Health quis descobrir e
me incumbiu de uma missão sexual para testar seis experiências curiosas,
porém bastante praticadas, e contar quais valem a pena provar e quais
você deveria dispensar mais rápido do que um vibrador com pilha fraca.
>> Cenário 1 - Sexcapade
Rotina, no trabalho e no casamento, é de matar. Por isso, vira e mexe,
dou minhas escapadas e crio atividades para chacoalhar a organização na
minha agenda. Sem culpa. Minha última fuga foi a dois, quando troquei a
hora do almoço por duas horas no motel com meu marido. A manhã inteira
foi de expectativa; a concentração no trabalho não resistindo à vontade
de correr para namorar escondido de alguma maneira eis o tempero da
aventura. No horário e local combinados, ele já me esperava. Entramos no
quarto e fomos direto ao assunto. Depois do Oi, meu amor, nos
livramos de nossas roupas e aproveitamos cada minuto que tínhamos
reservado para nós. Nada de peripécias nem malabarismos na cama, mas com
uma intensidade, carinho e cumplicidade que ficam algumas vezes em
segundo plano no dia-a-dia. O simples fato de que o mundo acontecia lá
fora e estávamos alheios a tudo (sim, é fundamental esquecer que há
tarefas esperando você) era excitante o suficiente para nossa escapada
ser sensacional. Foi a hora do almoço mais bem servida dos últimos
tempos.
Fogo ou fria?
Difícil retomar ao batente após a sessão vespertina, é verdade, mas
depois de pegar no tranco o dia rendeu uma maravilha, sem mau humor e
sem contar os minutos para ir embora. Quando chegamos em casa, lembramos
da nossa aventura e prometemos repeti-la em breve o que esquentou
nosso fim de noite.
Avaliação: fogo fogo fogo fogo
>> Cenário 2 - Uma noite de gueixa
Tanto eu quanto meu amor somos ligados em estímulos sensoriais,
sobretudo ao toque. Então, nada melhor do que terminar um dia exaustivo
e começar uma noite inesquecível com uma massagem. Não escolhemos
qualquer técnica, mas uma em que, fora as mãos, vale usar todas as
outras partes do corpo para acariciar, relaxar e provocar o parceiro.
Tomei a precaução de consultar a aromaterapia para perfumar o quarto com
uma essência afrodisíaca: ilangue-ilangue. Luz de velas, lingerie
confortável e fácil de tirar, música sedutora (experimente Portishead ou
Eagle-Eye Cherry) e óleo de massagem também não podiam faltar. Primeiro
ele. Comigo de bruços, ele utilizou braços, pés, peitoral e o que mais
ele podia imaginar eu, até então, não havia pensado naquilo para
estimular meus pontos mais sensíveis, do dedão do pé à nuca. A
respiração dele meio ofegante no meu ouvido e sua boca encostando de
levinho na minha pele me exigiram autocontrole para prosseguir na
terapia, uma viagem relaxante e excitante ao mesmo tempo. Minha vez.
Como uma cobra (e usando também tudo o que pratiquei nas aulas de
alongamento), deslizei meus pés, pernas, barriga, costas, seios e et
cetera por todas as curvas do corpo do meu amado, sem pressa. Ele,
porém, ansioso, não resistia a dar sua opinião na maneira como eu
conduzia a massagem (Aperta mais aí, Esse ponto me enlouquece). Para
o clima não esfriar, a massagista saiu de cena e a transa rolou
incrível, quentíssima e demoraaada.
Fogo ou fria?
Se uma massagem já é um aperitivo delicioso para uma noite de sexo,
imagine quando o(s) corpo(s) inteiro(s) entra(m) no jogo? O melhor é que
a experiência é igualmente excitante para as duas partes quem faz e
quem recebe.
Avaliação: fogo fogo fogo fogo fogo
>> Cenário 3 - De olhos bem vendados
A última vez que eu fechei os olhos demoradamente durante o sexo,
acabei ateando fogo ao travesseiro e acabei descobrindo que a moringa de
água ao lado da cama não funciona como um extintor de incêndio
eficiente. Então fiquei animada com a ideia de eu e meu marido usarmos,
os dois, uma venda nos olhos durante a transa. Comprei uma de cetim
cor-de-rosa para mim e uma preta, bem masculina, para meu vingador
mascarado. Começamos na sala. Chegar até o quarto foi um desafio e
tanto. Eu tateava o ar a fim de encontrar o caminho sem esbarrar em
nada, até que ele me pegou pela mão e me serviu de guia. Nos lançamos à
cama, atrapalhados para tirar nossas roupas. Avancei por seu corpo
abaixo achando que encontraria o paraíso, mas só alcancei o que descobri
ser a coxa dele. Depois, achando que havia encontrado sua boca, acabei
beijando seu umbigo... Só quando nos beijamos na boca é que me senti
familiarizada com a situação. Então ele sussurrou: Queria poder
enxergar você. Existe melhor jeito de levar uma mulher à loucura?
Fogo ou fria?
A sensação de novidade passou logo, transformando-se em ansiedade por
retomar uma conexão visual. Mas, quando tiramos as vendas, o sexo foi
divertido, rápido e intenso.
Avaliação: fogo fogo fogo
>> Cenário 4 - Encarne a dominatrix
Na busca por farra extra na cama, resolvi dar asas ao jeito mandão que é
minha marca registrada no trabalho e nas tarefas da casa. Bingo! Não
contei nada ao meu marido, mas imaginei a ocasião e me preparei com
antecedência, ainda que usando o improviso: algemas coloridas, venda e
um pequeno chicote de couro macio (só para compor a fantasia), salto
altíssimo (emprestado de uma amiga. Um sufoco para mim, que fujo do
estilo até nas situações formais) e lingerie preta. Surgi no quarto
quando ele já estava quase dormindo, de maneira que levou um susto ao me
encontrar sobre o colchão, de joelhos, pronta para atar seus punhos à
cabeceira da cama. Com um sorriso malicioso, sacou minhas intenções e
não esboçou reação. A sensação de controle absoluto sobre o seu prazer e
o do parceiro é o mais excitante. E também conta a oportunidade de
exercitar posições que você já tinha visto num livro ou revista mas
ficava acanhada de propor. A aventura fica mais quente se você
aproveitar os olhos vendados do seu homem para surpreendê-lo pelos
outros sentidos. Além do toque, dá para explorar a audição (sussurrando
palavras picantes ao ouvido dele), o olfato (usando aquele perfume
incrível) e o paladar (dando-lhe na boca delícias como morango e
champanhe... ou partes do seu próprio corpo).
Fogo ou fria?
Como é você que está no comando, é fundamental ser criativa a fim de
não deixar a peteca (ops!) cair. Mantendo o ritmo e tirando partido dos
estímulos sensoriais, prepare-se para chegar às nuvens. E você ainda
pode ser bastante egoísta, preocupada com seu prazer. Faz parte da
fantasia!
Avaliação: fogo fogo fogo
>> Cenário 5 - Só no swing
Levei mais de um ano para convencer meu marido a ir a um clube de troca de casais. A casais liberais, grupos, uma mulher e vários caras...)
como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Fogo ou fria?
Tudo o que é demais acaba enjoando, e assistir a sexo em tantas
possibilidades me deixou com um estranho sentimento, como se eu já
estivesse satisfeita sem mesmo ter experimentado nada, de modo que,
chegando em casa, fomos pra cama... dormir. Descobri que fico com a
brincadeira a dois, a sós.
Avaliação: fogo
>> Cenário 6 - Sexo verbal
Que falar do assunto incrementa a intimidade a gente sempre ouve dos
especialistas. Então, segui a dica e, por um dia inteiro, provoquei meu
homem com palavras e ideias picantes via torpedo, e-mail, MSN... Eu no
trabalho, ele no home office. Comecei um pouco tímida, mas, como ele
gostou da brincadeira, tomou as rédeas da situação (ele perguntava, eu
respondia) e me ajudou a soltar o verbo. Foi o expediente inteiro nessas
preliminares orais. Cada um disse o que estava pensando, vestindo (ou
não) por baixo da roupa, como faríamos amor à noite... Sim, matamos
algumas das vontades. Não, não todas.
Fogo ou fria?
Cuidado, no ambiente de trabalho você pode se empolgar e dar bandeira.
Fora isso, é tiro e queda para liberar a imaginação e deixá-lo saber
tudo o que você sempre quis fazer mas tinha vergonha de sugerir. Depois,
é só colocar em prática.
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